quinta-feira, 7 de março de 2013

BRASIL - O GIGANTE DE JOELHOS

Por Pedro Luiz Rodrigues





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Em minha modesta opinião, a missão que vai representar o Brasil na cerimônia de sepultamento do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez deveria ter somente dois participantes visíveis: a presidente Dilma Rousseff e seu chanceler, o Ministro Antônio Patriota, como lídimos representantes do Estado brasileiro.

Lula, como ex-presidente, e principal artífice da aproximação entre o Brasil e a Venezuela na década passada, é uma exceção. Cabe-lhe, obviamente, posição de relevo nas cerimônias fúnebres.

Pararia por aí. Não acho que ninguém mais dos nossos conterrâneos reúne as necessárias credenciais para pretender sair nas fotos oficiais.
(...)

No vôo entre Brasília e Caracas, a Presidente Dilma poderia pedir à assessoria para ler o artigo do embaixador Carlos Pérez Llana, publicada na edição de hoje do jornal portenho Clarín.

O projeto de poder chavista na América Latina, observa Llana, tinha um empecilho chamado Brasil:”para a construção de liderança internacional, (Chávez) copiou o modelo interno: a fratura. Atrás de um discurso bolivariano de unidade latino-americana, baseada na ideologia, Cháves debilitou a integração regional, multiplicando organismos e foros”.

Em um mundo sem polaridades definidas, prossegue o diplomata argentina, Chávez “avançou com ambiciosos lances estratégicos: impedir que o Brasil liderasse a América do Sul, e afastar da região os Estados Unidos, debilitados pelas aventuras de Bush e pela crise de 2008”.

Pérez Llana não escreveu, mas escrevo eu, por conta do bolivarianista o Brasil passou uma rasteira no  Paraguai, país (pequeno e pobre é certo) com o qual sempre mantivemos os laços mais estreitos – simbolizados em Itaipu - e a mais viva de nossas fronteiras.

Durante o vôo, nossa pragmática Presidente terá tempo para refletir estrategicamente sobre nossas alianças na região.

Deveremos continuar tendo vergonha de sermos o que somos, um país dinâmico, democrático, com uma sociedade que acredita num destino venturoso?

Devemos, sem hegemonia é claro, exercer uma liderança que só faria bem à toda a região, sempre às voltas com a tentação totalitária.

Respeitamos Cuba, respeitamos a Venezuela, respeitamos a Argentina, o Equador e a Bolívia.

Mas não podemos deixar que sejam os governos desses países que ditem o que devemos ser, que limitem as possibilidades de nosso futuro.

Leia o artigo do jornalista e diplomata Pedro Luiz Rodrigues.

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