domingo, 17 de março de 2013

IGREJA NÃO É ONG NEM PARTIDO POLÍTICO

Encorajada pelas declarações do papa Francisco, atribuo à parcialidade  nas análises das mais influentes instituições brasileiras a responsabilidade pelas mazelas que assolam o Brasil impunemente. Refiro-me a organismos ligados às leis, à imprensa e às igrejas, que estão mais engajados num projeto partidário de poder do que no compromisso com a Verdade. 

As análises do governo FHC publicadas em sites, como o da CNBB, contrastam com o tom ufanista das análises mais recentes, desprezando totalmente o legado do antecessor de Lula e a realidade atual que desmente as estatísticas forjadas pelos marqueteiros.

Esse processo de desinformação ou deformação da informação faz com que o brasileiro não enxergue que é um "Pássaro engaiolado ostentando pluma de pavão". Temos índices medíocres quando se trata de salário, serviços de saúde, qualidade de educação, níveis de segurança, e muito mais. Porém, o que poderia servir de parâmetro não chega ao nosso conhecimento porque nossas autoridades despertam no brasileiro o mais cruel dos sentimentos ao tripudiar dos países ricos em situação de crise econômica, porém com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) nas alturas, enquanto a pauta que se impõe é a de que vivemos às mil maravilhas, com pleno emprego e sem miséria, mesmo amargando índices vergonhosos na qualidade de vida da população.

Junta-se à informação distorcida, a ausência de escrúpulos dos que ainda defendem publicamente essa farsa. Os mesmos que partiam para o ataque sem dó nem piedade tempos atrás, agora se calam, mesmo depois de tantos escândalos. 
Com uma simples comparação entre as análises do período FHC com as da última década, podemos constatar que as publicações que encontramos, com uma simples pesquisa, mostram o descaso com os fatos e confundem-se facilmente com o conteúdo das cartilhas petistas.

Com a certeza desse apoio incondicional, a oposição sistemática e irresponsável infernizava Fernando Henrique sem a mínima preocupação com a "governabilidade", pretexto para blindar os governantes na última década.
Apesar da grande influência da mídia, visivelmente refém das verbas do governo, esses grupos religiosos decepcionam muito mais ao aderir à causa petista, partido que defende medidas incompatíveis com os princípios da Igreja, como a liberação do aborto. 
Outra incoerência se refere às críticas aos PROGRAMAS de distribuição de renda do então governo Fernando Henrique, por exemplo, acusando de eleitoreiros o que agora elogiam.

Pois bem, os tucanos nunca utilizaram seus programas sociais para comprar votos, como tem acontecido nesses últimos anos, tanto é que muitos ignoram, ou esqueceram, que mais de cinco milhões de famílias beneficiadas já eram atendidas antes do PT conseguir vencer a eleição. 

Ainda sobre a parcialidade nas análises publicadas em seu site, a CNBB tratou o sofrimento e a morte de Mario Covas, quanto à exposição na midia, como um lance de oportunismo, enquanto lula é enaltecido justamente pela sua origem, quase uma idolatria, independentemente da existência de mérito ou de competência para governar o país. Vejam que absurdo, quanta insensibilidade!

Alguns trechos abaixo:

“Chama atenção a forma como a opinião pública acompanhou a doença do governador Mário Covas e, mais ainda, sua exaltação após a morte.
O papel da mídia aí, como em fenômenos semelhantes, é relativo: ela pode alimentar e reforçar uma tendência psicossocial, mas fundamentalmente o que faz é levantar a demanda existente de percepções e sentimentos para corresponder-lhe e com isto, ter sucesso.

Algo como o surfista que sabe usar com oportunismo as ondas que lhe são dadas."

(Análise da Conjuntura - 2001)

Esperança que brota das urnas
"
Nunca se viu tantas bandeiras pelas ruas, nem tantos carros e casas identificadas com algum candidato ou partido. A exemplo do que ocorre nos festejos populares, o país se enfeitou e se vestiu em cores vivas para a festa da democracia. Um oxigênio novo dominou o pleito.
Foi resgatada a política como participação popular, com as pessoas saindo às ruas para manifestar, positivamente, suas escolhas e opiniões. É como se o ato de fazer política, tido como coisa suja e sórdida, tivesse ganhado um novo tempero. Isso se deve certamente à figura de Luiz Inácio Lula da Silva. Um Silva, o sobrenome mais popular entre nós, ocupa espaços inéditos não apenas na vida e na mídia do país, mas até no cenário internacional. A novidade mexe com o imaginário popular. O personagem Lula põe em cena uma história de vida marcada por sofrimento, luta e esperança, como a de milhões de brasileiros – eis a cara de um Brasil ausente dos palcos onde se decide os destinos da nação." 

(Análise da Conjuntura - 2002)


Trecho de uma análise da conjuntura de março de 2001 e a torcida visível, quando deveria ser uma análise imparcial.

Delineiam-se hoje 3 candidaturas nos principais partidos brasileiros: Lula, José Serra e Itamar, enquanto a candidatura de Ciro Gomes corre “por fora”.
Neste contexto pre-eleitoral, as disputas internas à base aliada podem levar à instauração da CPI sobre a corrupção, que fora abafada no ano passado.
Tal CPI prejudicaria muito a candidatura apoiada pelo Planalto.
No mínimo, poderia tornar-se um palanque capaz de neutralizar a eficiência dos palanques oficiais: o “Portal do Alvorada” e os Programas Estratégicos do “Avança Brasil”, com farta distribuição de dinheiro aos pobres em forma de bolsa-escola ou de bolsa-saúde.


Na campanha de 2010, sem mencionar o Mensalão, Erenice e os dossiês, nem os crimes eleitorais, continuam com o mesmo modelo de análise tendenciosa e ultrapassada:

"Seguramente, o cenário eleitoral que caminhava para um “plebiscito” entre os 8 anos de governo Lula e os 8 anos de FHC, pode trazer para o centro temas fundamentais para o futuro do Brasil: Estado e Desenvolvimento Sustentável.
Pois o Pré-sal favorece a rediscussão sobre o modelo de Estado, principalmente entre os principais postulantes, o Governador José Serra e a Ministra Dilma Roussef.
O primeiro, caudatário de uma renovação do neoliberalismo e a segunda, parte de uma visão de Estado como indutor do desenvolvimento."

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