Por Gabriela Guerreiro, na Folha
Senadores aliados do governo conseguiram impedir nesta terça-feira a convocação do empresário Marcos Valério para prestar depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira do Senado.
Em maioria
na comissão, os parlamentares do PT, aliados com outros governistas,
derrubaram requerimento para Valério falar sobre depoimento dado à
Procuradoria-geral da República em setembro do ano passado no qual liga o
ex-presidente Lula ao esquema do mensalão.
No depoimento, o operador do
mensalão diz que o ex-presidente sabia da existência do esquema do
mensalão e que recursos movimentados por suas empresas teriam custeado
despesas pessoais do petista.
De autoria dos senadores Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), os parlamentares
pediam que Valério fosse convocado para para detalhar do que disse aos
procuradores.
Ao
perceber que o requerimento seria colocado em votação pelo presidente da
comissão, senador Blairo Maggi (PR-MT), os senadores do PT se
mobilizaram para comparecer à comissão — esvaziada antes da votação. Com
maioria, os governistas derrubaram o requerimento e fizeram críticas à
tentativa de convocação de Valério.
“Esse
senhor não tem autoridade de seguir mentindo Brasil afora. Se ele
quisesse falar a verdade, falaria sobre a origem do mensalão, não o do
PT, algo que nunca falou”, disse o senador Jorge Viana (PT-AC), numa
referência ao caso do mensalão do PSDB em Minas Gerais, que ainda não
foi julgado no STF (Supremo Tribunal Federal).
Irritado
com os ataques dos petistas, Aloysio reagiu. “Se o Supremo condenar
[tucanos], não vamos passar a mão na cabeça de ninguém. O que queremos é
que esse cidadão venha aqui falar sobre irregularidades que teriam
acontecido. Ninguém quer questionar o julgamento do Supremo, dizer que
foi midiático, nada disso. Apenas queremos esclarecimentos”, disse o
tucano.
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