O
Congresso Nacional aprovou na noite desta terça-feira o Orçamento da
União para 2013. Na semana passada, os deputados já haviam aprovado a
proposta, que prevê despesas de 2,28 trilhões de reais e salário mínimo
de 678 reais. Faltava o aval do senadores. Foram 53 votos favoráveis, um
contrário, duas abstenções e uma obstrução.
O senador
Romero Jucá (PMDB-RR), relator do Orçamento, deu o único voto contrário –
mas disse que o registro foi feito de forma equivocada. Os tucanos não
participaram da votação porque defendiam a apreciação dos vetos
presidenciais antes do Orçamento.
O
presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), tentou nesta
terça submeter o tema ao plenário em votação simbólica. Mas senador
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) pediu verificação de quórum, o que obrigou
os parlamentares a registrar o voto individualmente.
O
Orçamento deveria ter sido aprovado em 2012, mas, na reta final do ano
legislativo, uma decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal
Federal (STF) – mal interpretada pelo Congresso – impediu a apreciação.
Atendendo a um pedido da bancada do Rio de Janeiro, que pretendia adiar a
apreciação dos vetos presidenciais ao projeto que trata dos royalties
do petróleo, o ministro disse que os vetos precisavam ser analisados em
ordem cronológica. Na ocasião, os presidentes da Câmara e do Senado
entenderam que o Orçamento não poderia ser votado enquanto os mais de
3.000 vetos engavetados fossem votados pelo Congresso. Quando a confusão
foi desfeita, não havia tempo para a apreciação da proposta em 2012.
Os gastos
de custeio, com salários e aluguéis, são garantidos pela legislação. A
cada mês, o governo pode gastar 1/12 do montante previsto para o ano
mesmo sem um Orçamento em vigor. Para evitar a paralisia de obras e
investimentos, o governo elaborou uma Medida Provisória liberando um
quinto dos investimentos previstos para 2013 – cerca de 42 bilhões de
reais.
Já em
março deste ano, o STF decidiu que nem mesmo a ordem cronológica era
necessária: os vetos poderiam entrar em pauta de acordo com a decisão do
presidente do Congresso, Renan Calheiros.
Ainda
assim, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP),
protestou: ele defendia a votação de todos os vetos, iniciando pelos
mais antigos, antes que o Orçamento fosse votado. Foi por causa da falta
de acordo que os senadores não votaram a proposta orçamentária já na
semana passada. Agora, o tucano ameaça recorrer ao Supremo.
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