segunda-feira, 11 de março de 2013

O "POSTE" QUE NÃO ILUMINA O BRASIL


Luz no Campo foi o programa de universalização da rede rural de energia elétrica lançado no ano 2000, por Fernando Henrique Cardoso, e tinha como meta levar energia elétrica a 1 milhão de famílias rurais em 3 anos. 

Segundo dados da PNAD e do IBGE, o Luz no Campo atingiu uma universalização de casas com energia elétrica de 90,8% ao fim de 2002.
Bastaria ao sucessor, portanto, apenas dar continuidade ao programa que já era um sucesso quando Lula assumiu. 

Como quem não cria, copia, o governo petista mudou apenas o nome do programa, virou "Luz para Todos".
Foram gastos milhões em propaganda para anunciar o que já existia, mas a certeza na falta de memória do brasileiro abre portas para a ousadia e mais uma obra de FHC passou a constar na campanha petista como sua.

Dilma Rousseff, tanto como ministra das Minas e Energia e mãe do PAC, como agora que é presidente, deveria ter dado conta do recado e concluído o pouco que faltava.

Mas não foi o que aconteceu. Dilma completará seus quatro anos na Presidência da República sem acabar com a exclusão elétrica do país. 
A certeza é uma só, chegando à marca de doze anos no poder, o próximo candidato do PT à presidência da República, seja Lula, seja Dilma, vai continuar com uma campanha de promessas, quando deveria apresentar resultados e obras prontas. Não tem nenhuma.

Leiam as informações abaixo e a íntegra na  Folha. 

(...)
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de distribuidoras nos Estados, porém, mostram um quadro diferente. No início deste ano, o saldo de moradias sem energia elétrica chegava a 1 milhão -de um total de 58,5 milhões de residências no país, segundo o IBGE. A diferença existe porque, com o avanço de novas moradias, a base do governo se defasou. Além disso, muitas dessas residências ficam em locais de difícil acesso. No atual ritmo de atendimento, mais de 285 mil devem continuar sem luz depois de 2014. 

"Vai ficar um passivo em regiões mais isoladas", afirma Sérgio Lima, coordenador do programa na Bahia. O Estado lidera o ranking das ligações necessárias para a chamada universalização: são 323 mil residências sem luz, ante 220 mil do Pará e 91 mil do Amazonas.

O povoado de Rio Preto, em Cotegipe (820 km de Salvador), é um exemplo disso. "Luz para todos, aqui, só a da lua", diz o aposentado Luiz Francisco dos Santos, 77. As 21 casas do distrito não têm energia. Santos, que sofreu um derrame em 2002 e anda de cadeira de rodas, diz estar "até acostumado" com a situação. "É muito ruim, mas fazer o quê? Pelo tempo que eu vejo dizer que vai chegar [a luz], já virou passado."

Vizinho, o lavrador Elcio Macedo, 42, não se conforma em estar numa espécie de "ilha solitária", pois há luz em outra comunidade a 20 minutos de caminhada. Ele, que diz ainda não ter arranjado nenhum serviço em 2013, reclama dos efeitos do candeeiro, a lamparina a óleo que ilumina as noites. "A criançada, além de não conseguir estudar direito, toda hora fica adoecida por causa da fumaça preta."

A falta de luz traz outros problemas. "A gente compra uma carne na feira de sábado e precisa comer toda de uma vez, sem conseguir guardar para o domingo", diz a lavradora Irenice Xavier, 49.Beneficiária do Bolsa Família, ela superou a linha oficial da miséria, de R$ 70 por pessoa. Por outro lado, aguarda há anos uma tomada em casa. "O pessoal vem aqui, promete que agora será nossa vez, mas a luz não chega."
(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário