A
presidente Dilma Rousseff prometeu nesta terça, em Alagoas, um programa
de recomposição do rebanho para o pequeno produtor nordestino. Mas não
já, é claro. Só quando voltar a chover. Naquele estilo bem didático que
ele vem aprimorando, elencou, segundo informa o Estadão: “É
um programa de retomada. Quando a seca passar, não basta chover. Vai
ter de recuperar rebanhos, bode, cabra, bovino, galinhas. O governo
federal está atento a isso. Não posso recuperar quando tem seca porque
vai morrer outra vez, mas quero assegurar ao pequeno produtor que teve a
sua cabrinha morta, seu boizinho, que o governo federal vai recuperar
isso”.
Não sei
por que razão — e me lembro o quanto isso me irritava ali pela
adolescência —, algumas pessoas mais abastadas falam com os pobres no
diminutivo, infantilizando-os.
Dilma prometeu, como chamou com
propriedade a reportagem do Estadão, a “Bolsa Bode”. Comecem a fazer as
contas. Até que venham as chuvas, que se estruture o programa, que se
consigam os recursos, que se crie a logística para comprar o bodinho, a
cabrinha, o boizinho, bingo!
Estaremos em 2014. Dilma sairá distribuindo
bodes em ano eleitoral, E, claro!, ninguém terá a coragem de se opor,
sob pena de ser acusado de querer matar os pobres de fome. Afinal, como
confessou a própria presidente num momento de singular clarividência,
para se eleger, “a gente (eles!) faz o diabo!”
Aliás,
espero que a ministra Carmen Lúcia, presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, tenha ouvido direitinho a confissão de Dilma Rousseff, não é
mesmo? Durante parte, ao menos, de 2014, estará à frente do tribunal.
Vai sucedê-la — e estará na presidência do TSE durante a eleição de 2014
— o ministro Dias Toffoli, que despontou para a política, sabemos
todos, como advogado do PT.
Aquela
confissão da presidente não mereceu, insisto, a devida atenção da
imprensa e dos meios políticos. Os petistas, sabemos, fazem mesmo “o
diabo” em ano eleitoral e não estão nem aí. Por muito menos, prefeitos
foram cassados pela Brasil afora. Em 2008, quatro meses antes das
eleições municipais, Lula reajustou o Bolsa Família. No governo, quem
deu parecer favorável à medida, mesmo em ano eleitoral, foi justamente
Dias Toffoli, que era, então, advogado-geral da União. Três dias antes
do fim de 2007, diga-se, ele já tinha decidido beneficiar com um bônus
de R$ 30 os adolescentes de 16 e 17 anos — o limite, até então, para
receber esse dinheiro era 15. Fez a mudança por meio de MP para vigorar
em… 2008.
Em 2010,
Lula repetiu o expediente. Com o aumento do salário mínimo, do
seguro-desemprego e das aposentadorias, tudo decidido na reta final de
2009, levou para 2010 um custo fiscal da ordem de R$ 26 bilhões. Boa
parte disso, como vocês sabem, virou mesmo foi voto. Naquele mesmo 2009,
a um ano da eleição, voltou a reajustar o Bolsa Família em 10%. Alguém
duvida de que o Bolsa Bode de Dilma será estruturado no fim de 2013 para
começar a vigorar nos começo de 2014, no período das chuvas?
Ao longo
de 2009 e 2010, Lula usou descaradamente a máquina pública em favor de
sua candidata. Contrariando a lei — foi multado mais de uma vez —
associava no palanque a inauguração de obras ao nome de Dilma.
(...)
Os adversários do PT que se
cuidem. Os nossos bolivarianos light ainda não desistiram de controlar a
imprensa, o Judiciário e a Justiça Eleitoral. É parte do pacote
permanente “do diabo”.
Leia a íntegra AQUI.
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