terça-feira, 12 de março de 2013

HUMANISTAS QUE FAZEM O "DIABO"

Matérias publicadas dias atrás me chamaram a atenção, mas não repassei para não desviar das questões nacionais. Mas certos movimentos me causam preocupação e revolta, porque conseguem cair na boca do povo, que acaba aderindo sem parar pra pensar nas consequências.

QUEM RESOLVE SEGUIR ONDAS DEVERIA TER MAIS RESPONSABILIDADE NAS SUAS ESCOLHAS, NÃO APENAS SERVIR COMO MASSA DE MANOBRA COM UMA VENDA NOS OLHOS, NA MENTE E NO CORAÇÃO.

O texto trata da polêmica internação involuntária, ação que pode salvar a vida de quem já desistiu de viver. 

Antes, porém, deixo o LINK sobre Chorão,  que mostra o resultado da condescendência com as drogas, tema que muitas vezes mobiliza a sociedade na defesa da cultura da morte.

O programa de internação involuntária de dependentes químicos em São Paulo pode e deve servir de exemplo ao resto do Brasil. Ainda está na fase de implementação, mas resta evidente que é o caminho certo. Sim, é caro e dá trabalho. Mas qual é a alternativa? O governo do estado conseguiu reunir, num só atendimento, os vários saberes que a questão demanda: o médico, o legal e o psicológico.

A implementação não se faz sem resistência. 
Um leitor envia uma informação ao jornalista Reinaldo Azevedo que chega a ser aterrador. 
Um defensor público de São Paulo, acreditem!, quer que uma filha que conseguiu a internação do pai seja processada! 

Leiam trechos abaixo e cliquem no título para ler na íntegra:

Defensor Público quer mandar para a cadeia mulher que salvou a vida do pai, tirando-o da Cracolândia. E ele certamente se acha um homem bom e justo, um verdadeiro humanista!

Por Reinaldo Azevedo

Cuidado, leitor!
Caso você esteja na contingência de ter de apelar a algum remédio para salvar a vida de seu pai, de seu filho, de algum ente querido, certifique-se de que não haja um “defensor público” no seu encalço, tentando mandá-lo para a cadeia. Do que falo? Antes, uma consideração prévia.
Sinceramente, eu detesto escrever determinados textos. Chega a me dar o famoso “bode”, um misto de indignação e nojo, mas aí lembro que me auto-outorguei não uma missão (que missionário não sou!), mas uma tarefa: denunciar a crueldade, especialmente quando ela enverga as vestes da defesa dos direitos humanos. “E por que essa questão em particular, Reinaldo?” Porque ela tem um alcance geral: foi em defesa “do homem”, de um suposto “homem emancipado do reino da necessidade”, que se cometeram as maiores brutalidades da história. Denunciar o falso humanista é um ato em favor da civilidade e da civilização.
É o que me ocorre lendo um impressionante material que me foi enviado por um leitor. Ele participa de uma grupo de debates do Yahoo intitulado “Fórum Permanente de Acompanhamento da Políticas Públicas para a População em Situação de Rua de São Paulo.” 
(...)
Participa desse fórum um defensor público de São Paulo chamado Carlos Weis. É um conhecido deste blog. Há aqui uma série de posts que resume a sua atuação na Defensoria Pública. Ele foi um dos líderes da resistência à retomada da Cracolândia, em São Paulo, pelo estado de direito. O artigo mais eloquente, publicado no dia 12 de janeiro do ano passado tinha o seguinte título:“Exploração dos desgraçados – Defensores cercam rua, armam tenda e tentam, na prática, recriar a cracolândia com um grupo de viciados, que estão consumindo crack; uma das defensoras levava no bolso convite para churrasco no local”O líder da manifestação era… Carlos Weis!
A indignidade
CRATOD é o  Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas do Estado de São Paulo. É a entidade que deve ser inicialmente acionada para a internação involuntária de viciados em crack. 
(...)
A droga não destrói apenas o viciado. Também causa severos traumas nas pessoas que com ele convivem. Como alertou em artigo no Globo, publicado no dia 26, o psiquiatra Rodrigo Godoy Fonseca, antes que o viciado em crack vá morar na rua, há um longo calvário de sofrimento seu e da família. Vale dizer: os que mantêm relações afetivas com ele são também vítimas; eu diria que também essas pessoas, em certo sentido, estão psiquicamente doentes, tal é seu sofrimento.
Comentei aqui a abordagem indigna que uma repórter fez da ação de uma senhora que foi buscar seu pai na Cracolândia, onde só a morte o esperava. O homem já vinha de períodos de abstinência e recaída na droga. Ela tentou convencê-lo a acompanhá-la até o CRATOD. Ele não quis. Então esta mulher corajosa contou que deu ao pai um comprimido de Lexotan. Ele se acalmou, e ela pôde, então, conduzi-lo para o tratamento. Título da indignidade publicada em jornal: “Filha dopa pai para tentar internação compulsória em SP”. Era evidente a tentativa do texto de demonizar a mulher.
E Carlos Weis com isso?
(...)
Sabem o que quer este homem generoso, amante do povo, da bondade e da Justiça? Que ela seja processada com base no Artigo 148 do Código Penal. Weis quer que aquela mulher corra o risco de ficar até CINCO ANOS NA CADEIA. 
(…)


Para este defensor público, aquela filha “sequestrou” o pai. Weis fez parte do grupo de defensores públicos que chegaram a armar tendas na Cracolândia para impedir a ação da Polícia. Os traficantes, por óbvio, circulavam por lá livremente. Mas quer mandar para a cadeia uma filha que salvou a vida de seu pai. Reproduzo parte de sua mensagem no fórum. Retomo depois.
Antes e depois
Eu peço que vocês vejam uma reportagem do “Bom dia Brasil” (está aqui; infelizmente, A Globo não fornece código para incorporação). Vemos o estado em que Ana Paula — é o nome dela — encontrou seu pai na Cracolândia e como ele estava dias depois. Sem o efeito da droga, mostra-se um homem sereno, agradável até, que sente falta dos netos. A filha, num testemunho que chega a emocionar, diz estar com “saudade” do pai — do pai que ela teve, que, não obstante, está vivo. O crack é isto: a morte em vida. Nesse mesmo vídeo, uma doméstica de quatro filhos conta que a família se dispersou. Um deles, viciado, tomou conta da casa. Os outros três foram distribuídos em casas de parentes e vizinhos.
Mas Weis é um homem bom e quer mandar Ana Paula, aquela senhora que conseguiu salvar a vida do pai, para a cadeia, quem sabe com a pena máxima para o seu “crime”: cinco anos.
Ideologia? Crueldade? Equívoco simplesmente? Uma soma de todas essas coisas? Avaliem vocês. Eu, reitero, ao ler a mensagem daquele senhor, fiquei entre a indignação e o asco.

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