domingo, 3 de março de 2013

MISÉRIA CRÔNICA - LEGADO DO PT ÀS GERAÇÕES SEM FUTURO

Há doze anos, FHC implantou os Programas Sociais que o governo do PT agrupou no Bolsa-Família por recomendação do tucano Marconi Perillo.
Isso é fato e está registrado em documentos, reportagens e vídeos.

Se o governo que assumiu em 2003 tivesse competência e sensibilidade, já teria reduzido o número de brasileiros em situação de total dependência desses programas de transferência de renda, mas foi o PT que venceu a eleição, e não deu outra, não conseguiu emancipar essas famílias e tudo indica que o que teria um efeito de promoção dessas pessoas à condição de plena cidadania, pois o Bolsa-Escola funcionava como uma bolsa de estudos para garantir o futuro das gerações seguintes, transformou-se num caminho sem volta. 

Bolsa Família sustenta um em cada três assentados

Cleide Carvalho - O Globo



José Amaro Martins, a mulher e as duas filhas (em pé) no assentamento Pirauíra, em Pernambuco: família vive com R$ 134 do Bolsa Família
Foto: Hans von Manteuffel
José Amaro Martins, a mulher e as duas filhas (em pé) no assentamento Pirauíra, em Pernambuco: família vive com R$ 134 do Bolsa Família Hans von Manteuffel
Entre 1994 e 2011, o governo quase multiplicou por dez o número de assentamentos no país, de 934 para 8.565. (...) Já foram distribuídos 87 milhões de hectares (10,8% do território nacional). Mas a distribuição de terras não resolveu o principal problema dos sem-terra: a pobreza.

Hoje, 36% das famílias assentadas dependem de ajuda do Bolsa Família para sobreviver. Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 339.945 das 945.405 famílias que vivem em assentamentos recebem o benefício destinado aos 22 milhões de brasileiros classificados como miseráveis (renda por pessoa de até R$ 70, para famílias com ou sem filhos, e de até R$ 140 para famílias com filhos).

Se consideradas todas as famílias de assentados inscritas no Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social que são pobres o suficiente para fazer jus a algum tipo de programa social (renda mensal por pessoa de até R$ 339), o número sobe para 466.218, o equivalente a quase metade (49%) de todas as que já receberam terras no país. Ou seja, de cada dez assentados, entre quatro e cinco não alcançaram emancipação financeira que permita retirar da terra, além do sustento, algum dinheiro para vestir, educar os filhos e ter confortos, desejos primários para quem se insere no mercado consumidor capitalista, cuja origem é justamente a propriedade da terra.

A situação dos assentamentos levou o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a dizer em fevereiro que eles se assemelham a “favelas rurais”.
(...)
 
Crateús (CE) é um retrato dos erros de um modelo de reforma agrária que perpetua pobreza.
O nome da cidade significa “coisa seca ou lugar seco”. Em junho passado, nove servidores do Incra foram condenados numa ação de improbidade administrativa por desapropriar, por R$ 622 mil, um imóvel rural considerado “imprestável” para assentamento, além de levar o órgão a gastar mais R$ 387 mil para tentar viabilizar o inviável, ou seja, o plantio.

O município abriga sete assentamentos federais e pelo menos 12 estaduais onde imperam, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Emater), culturas de subsistência (milho, mandioca e feijão) e dependência de recursos de programas sociais. Com 20% da população classificada como extremamente pobre, Crateús tem 10.386 famílias listadas no Bolsa Família, das quais pelo menos 1.514 são classificados como agricultores familiares e assentados.

— A maioria dos assentados espera por tudo do governo. E quem pegou crédito está inadimplente, à espera de anistia. Falta interesse — diz Wilson Mourão Soares, gerente da Emater no município.

No Ceará, 47% dos assentados têm renda máxima de um salário mínimo. Pior: 44% dessa renda são benefícios sociais dados pelo governo e 8% correspondem a ganhos com trabalhos externos, fora das terras recebidas. A produção agrícola responde por menos da metade da renda (48%), que já é pouca.
(...)

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