MISÉRIA CRÔNICA - LEGADO DO PT ÀS GERAÇÕES SEM FUTURO
Há doze anos, FHC implantou os Programas Sociais que o governo do PT agrupou no Bolsa-Família por recomendação do tucano Marconi Perillo.
Isso é fato e está registrado em documentos, reportagens e vídeos.
Se o governo que assumiu em 2003 tivesse competência e sensibilidade, já teria reduzido o número de brasileiros em situação de total dependência desses programas de transferência de renda, mas foi o PT que venceu a eleição, e não deu outra, não conseguiu emancipar essas famílias e tudo indica que o que teria um efeito de promoção dessas pessoas à condição de plena cidadania, pois o Bolsa-Escola funcionava como uma bolsa de estudos para garantir o futuro das gerações seguintes, transformou-se num caminho sem volta.
José Amaro Martins, a mulher e as duas filhas (em pé) no
assentamento Pirauíra, em Pernambuco: família vive com R$ 134 do Bolsa
Família Hans von Manteuffel
Entre 1994 e 2011, o governo quase multiplicou por dez o
número de assentamentos no país, de 934 para 8.565. (...) Já foram distribuídos 87 milhões de hectares (10,8% do território
nacional). Mas a distribuição de terras não resolveu o principal
problema dos sem-terra: a pobreza.
Hoje,
36% das famílias assentadas dependem de ajuda do Bolsa Família para
sobreviver. Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), 339.945 das 945.405 famílias que vivem em
assentamentos recebem o benefício destinado aos 22 milhões de
brasileiros classificados como miseráveis (renda por pessoa de até R$
70, para famílias com ou sem filhos, e de até R$ 140 para famílias com
filhos).
Se consideradas todas as famílias de assentados inscritas
no Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social que são
pobres o suficiente para fazer jus a algum tipo de programa social
(renda mensal por pessoa de até R$ 339), o número sobe para 466.218, o
equivalente a quase metade (49%) de todas as que já receberam terras no
país. Ou seja, de cada dez assentados, entre quatro e cinco não
alcançaram emancipação financeira que permita retirar da terra, além do
sustento, algum dinheiro para vestir, educar os filhos e ter confortos,
desejos primários para quem se insere no mercado consumidor capitalista,
cuja origem é justamente a propriedade da terra.
A situação dos
assentamentos levou o secretário-geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, a dizer em fevereiro que eles se assemelham a “favelas
rurais”. (...) Crateús (CE) é um retrato dos erros de um modelo de
reforma agrária que perpetua pobreza.
O nome da cidade significa “coisa
seca ou lugar seco”. Em junho passado, nove servidores do Incra foram
condenados numa ação de improbidade administrativa por desapropriar, por
R$ 622 mil, um imóvel rural considerado “imprestável” para
assentamento, além de levar o órgão a gastar mais R$ 387 mil para tentar
viabilizar o inviável, ou seja, o plantio.
O município abriga
sete assentamentos federais e pelo menos 12 estaduais onde imperam,
segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará
(Emater), culturas de subsistência (milho, mandioca e feijão) e
dependência de recursos de programas sociais. Com 20% da população
classificada como extremamente pobre, Crateús tem 10.386 famílias
listadas no Bolsa Família, das quais pelo menos 1.514 são classificados
como agricultores familiares e assentados.
— A maioria dos
assentados espera por tudo do governo. E quem pegou crédito está
inadimplente, à espera de anistia. Falta interesse — diz Wilson Mourão
Soares, gerente da Emater no município.
No Ceará, 47% dos
assentados têm renda máxima de um salário mínimo. Pior: 44% dessa renda
são benefícios sociais dados pelo governo e 8% correspondem a ganhos com
trabalhos externos, fora das terras recebidas. A produção agrícola
responde por menos da metade da renda (48%), que já é pouca.
(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário